ETNIA BRASILEIRA

ETNIA BRASILEIRA

OS ÍNDIOS

As comunidades indígenas ou pré-cabralinas oscilavam entre 3 e 5 milhões de pessoas e se dividiam em três grupos principais:

Os Tupis (Tupis-Guaranis), no litoral;

Os Tapuias (Jês), no Brasil Central;

Os Aruaks (Nuaruaques), na Amazônia.

De uma maneira geral, pode se afirmar que não havia homogeneidade cultural entre os índios, pois existiam muitas diferenças, mas também muitas semelhanças:

- Desconheciam a organização sob a forma de Estado;

- Não possuíam escrita;

- Desconheciam a fundição de metais;

- Eram politeístas;

- Não havia classes sociais e nem propriedade privada;

- A divisão do trabalho era sexual e etária; os homens eram responsáveis pela caça, pesca, coivara e guerra; as mulheres eram responsáveis pela agricultura, pela comida, etc.

- Alguns praticavam a poligamia e outros praticavam a monogamia;

- Alguns praticavam o canibalismo (antropofagia).

OBS. 1- Grande quantidade de índios ficou sob responsabilidade dos jesuítas, que os mantinham em Missões ou Reduções, catequizando-os e promovendo sua aculturação.

          2- A colonização, a escravidão, as guerras e as doenças reduziram rapidamente a população indígena.

          3- Descobertas arqueológicas lideradas pelo norte-americano Michael Heckenberger nas últimas 3 décadas indicam que, antes da chegada dos portugueses, a população nativa da Floresta Amazônica era muito mais numerosa e sofisticada do que se costuma imaginar. Entre os anos de 1000 e 1400, verdadeiras superaldeias interligadas por boas estradas dominavam certas regiões. Em outras, grupos de até 15 mil erguiam aterros com até 10 metros de altura para construir suas casas sobre eles. 

OS BRANCOS

A população de brancos no Período Colonial, apesar de ser reduzida, impôs sua língua, sua religião, sua cultura artística e científica, seu padrão econômico e sua estrutura político-jurídico-administrativa. Era composta, basicamente, por:

Fidalgos e Militares: Ligados à Coroa Portuguesa, tinham preferência na concessão de terras e privilégios.

Sacerdotes: Encarregados da educação e da orientação moral da sociedade colonial. Os jesuítas formavam o grupo principal.

Lavradores, Artífices e Artesãos: Vieram de livre e espontânea vontade para exercer suas atividades e procurar melhorar suas vidas.

Criminosos e Degredados: Elementos que vieram para o Brasil fugindo ao cumprimento de penas em Portugal, ou que foram condenados ao degredo, por crimes políticos, religiosos ou comuns.

OS NEGROS

A substituição da escravidão indígena pela africana se deveu, principalmente, ao valor do tráfico negreiro, tanto para a burguesia, quanto para o Estado português. Os primeiros escravos negros chegaram ao Brasil com a expedição de Martim Afonso de Sousa e estima-se que, ao longo do período escravagista, o número de africanos que aqui chegaram, oscilou entre 4 e 5 milhões de pessoas e a maioria era de homens jovens. Eles eram trazidos da África em navios negreiros (tumbeiros).

 Os três grupos principais foram:

Sudaneses: Formados, principalmente, por Nagôs, Daomeanos e Tanti-Achanti.

Sudaneses Islamizados (Hausás ou Malês): Compostos, principalmente, por Mandingas e Fulas.

Bantos: Eram originários de Angola, Cabinda, Congo e Moçambique.

A principal forma de reação dos negros contra a escravidão era a fuga e a formação de quilombos (comunidades onde procuravam viver como nas aldeias africanas, falando seus dialetos e praticando sua religião). O principal quilombo foi o de Palmares, que resistiu por quase 100 anos (1590 – 1694) e teve como principais líderes Ganga Zumba e Zumbi, até ser destruído pelo bandeirante Domingos Jorge Velho em 1694. O dia da morte de Zumbi, em 20/11/1695, é celebrado como dia da Consciência Negra.